sábado, 31 de março de 2012

O Pau-brasil.

    Uma interessante pergunta a ser feita seria: "Os portugueses já conheciam o pau-brasil antes da sua chegada a América?". Vejamos abaixo a resposta:

Foto do pau-brasil

    Muito antes da chegada de Cabral às terras ameríndias, os europeus já conheciam o pau-brasil, de cujo cerne avermelhado, cor de brasa, extraíam um corante com que se tingiam panos. Era trazido das Índias pelos árabes, que auferiam grandes lucros nessa empresa, já que a cor vermelha dos tecidos, durante muitas décadas reservada aos eclesiásticos, entrara na preferência do vestuário burguês.
    Os primeiros navegantes que aqui aportaram logo se aperceberam da abundância daquele produto natural, a maior riqueza imediatamente visível nas novas terras descobertas. O território, oficialmente denominado Vera Cruz, passou a ser conhecido como "a terra do brasil", denominação que mais tarde se tornou topônimo. A princípio, a extração da madeira se processava ao longo da costa, para facilitar o embarque. Logo se estabeleceram feitorias, que eram pequenos entrepostos encarregados da estocagem da madeira, recurso que abreviava a permanência das naus ancoradas, livres assim de esperar pelos demorados trabalhos de extração.
    A Coroa portuguesa imediatamente tratou de colocar o produto sob a égide do monopólio e nomeou concessionários para sua exploração, já que essa nova riqueza, fora a perspectiva de outras, desencadeava a cobiça de franceses, ingleses e espanhóis, que passaram a freqüentar a costa brasileira em operações clandestinas. A necessidade de proteger o pau-brasil do contrabando por outras nações fez com que a Coroa portuguesa enviasse armadas de combate aos piratas e traficantes: e, para agilizar o processo de fixação dos portugueses à terra brasileira, promovesse a vinda, em 1530, de Martim Afonso de Sousa, que trouxe em sua frota cerca de 400 homens para esse fim. Mais tarde estabeleceu um sistema de capitanias hereditárias, que se incumbiriam igualmente da exploração e do reconhecimento das terras interiores.
    O monopólio do pau-brasil durou até 1859, quando foram descobertos os corantes artificiais (anilinas), que tornavam inviável o comércio de madeiro.

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